domingo, 31 de julho de 2011

Malbork (Marienburg), capital de um Estado cruzado e religioso: o da Ordem Teutônica

Em 1280, os cruzados vitoriosos da Ordem Teutônica começaram a construir o maior castelo do mundo numa colina sobre o rio Nogat, numa região que fica no norte da Polônia atual.

Trata-se do castelo de Malbork. Seu nome original em alemão é muito bonito: Marienburg, quer dizer a Cidade de Nossa Senhora. Ele se tornou o centro de um Estado poderoso bastante singular.

Porque era um Estado monástico-cruzado que expandiu o Evangelho naquelas terras vencendo a agressividade bélica dos pagãos.



Além de converter os perigosos pagãos, os cruzados teutônicos tiraram vastas florestas medievais do caos e as transformaram em terras agricultáveis capazes de acolher e alimentar uma crescente população e desenvolver uma civilização original.

As tribos prussianas do sudeste do mar Báltico eram uma ameaça para o cristianismo e um empecilho para o desenvolvimento da civilização.

A Ordem Teutônica fez uma série de cruzadas para garantir a liberdade dos fiéis.

O Estado Monástico dos Cavaleiros Teutônicos foi formado em 1224 em território que hoje pertence à Alemanha e à Polônia.

Como resultado, por volta do século XIV, o Estado teutônico contava com uma população de mais de 220.000 almas, incluindo os novos colonos que se instalaram nas cidades fortificadas e castelos dos cavaleiros.

Alex Brown e Aleks Pluskowski da Universidade de Reading, no Reino Unido, relataram no Journal of Archeological Science a formidável obra civilizatória empreendida por esses cavaleiros desde a capital de seu Estado: Malbork.

Brown e Pluskowski analisaram os grãos de pólen presos nas camadas de lama da região.

Estudando as mudanças no pólen, puderam formar uma idéia de como foi o clima no passado.

O pólen foi retirado do muro exterior do castelo de Malbork e de depósitos de turfa no sul do castelo.

A análise mostra que a partir de meados do século XI o pólen das árvores diminui acentuadamente sendo substituído pelo pólen de plantas herbáceas e cereais.

“Desde os séculos XII e XIII até XV houve uma mudança fundamental na vegetação e no uso da terra de Malbork”, escrevem eles.

“De uma floresta com mínima influência humana se passou a uma paisagem aberta com cultivo intensivo de cereais, especialmente o centeio, pastagens e campos agrícolas”.

Ainda outra pesquisa apontou que os Cavaleiros Teutônicos tiveram o cuidado de preservar as florestas das redondezas preservando os animais de caça e “gerindo-as como um recurso importante”.



Fonte: Brown, A., & Pluskowski, A. (2011). “Detecting the environmental impact of the Baltic Crusades on a late-medieval (13th–15th century) frontier landscape: Palynological analysis from Malbork Castle and hinterland, Northern Poland”. Journal of Archaeological Science



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